CHICO XAVIER




A História do filme de Daniel Filho

Os olhos verdes de Daniel Filho brilham atrás de sua mesa na Lereby. Espalhados pelas paredes da produtora, cartazes emoldurados estampam fenômenos de audiência e sucessos de bilheteria produzidos, dirigidos ou interpretados por ele ao longo de cinco décadas de carreira, atrás e diante da câmeras da tevê e do cinema.

Daniel está em paz aos 72 anos nada aparentes, depois de vencer a maratona de oito semanas de filmagens e deslocamentos pelo país.

- Chico Xavier está pronto - diz. - Falta pouco agora.

Uma nova roda-viva vai começar. Entrevistas, pré-estreias, as críticas de sempre - e ele que mais, muito mais, apesar de ter conquistado o privilégio de trabalhar por prazer e não por necessidade.

- Por que você não para um pouco? - pergunto ao saber de sua agenda repleta de projetos para 2010.
Daniel fica em silêncio por alguns instantes e recorre a lembranças da infância.
- Minha mãe me ensinou a nunca deixar comida no prato. E tem comida no prato. Só não posso ter uma indigestão...
Chico Xavier é uma receita improvável no cardápio do diretor cético, ateu assumido.

Nunca achei que faria este filme... Mas este talvez seja meu filme mais autoral. É estranho.

Chico deixou marcas em Daniel e em todo o elenco, do mais espírita ao mais agnóstico da equipe. Marcas que você vai conhecer nestas páginas ilustradas pelas belas fotos de Ique Esteves - um retrato dos bastidores da cinebiografia de um dos personagens mais intrigantes do país.

A vida continuas depois da morte? Os espíritos existem? Perguntas - e respostas - estão na tela do cinema e nas páginas deste livro.


Marcel Souto Maior


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